Pagar com cartão de crédito? Veja quais compras valem a pena

Com planejamento, o recurso facilita a vida do consumidor e oferece a possibilidade de parcelar compras mais caras.

O cartão de crédito pode ser um aliado financeiro para as compras, desde que usado de maneira organizada e consciente. Quando o consumidor precisa adquirir bens e serviços para os quais não tem o dinheiro no momento, o recurso pode facilitar a sua vida, oferecendo a possibilidade de parcelar compras de valores mais altos. No entanto, se usado sem planejamento pode se tornar o principal causador de dívidas e inadimplência. 

Com planejamento financeiro, o cartão pode simplificar o gerenciamento das finanças e dar acesso a diferentes vantagens, como programas de acúmulo de pontos que podem ser trocados por produtos, cashback, milhas, entre outros. Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), apenas no último trimestre de 2023, a modalidade movimentou R$ 664,6 bilhões no Brasil, um aumento de 18,4% em relação ao mesmo período de 2022.

O uso do cartão de crédito possibilita efetuar pagamentos sem a necessidade de mexer nos recursos da reserva de emergência.  Assim, mesmo que o dinheiro tenha sido investido em Cdb liquidez diária, ele continua disponível para resgate a qualquer momento, mas rendendo juros proporcionais ao período de permanência no investimento.

No entanto, é preciso ter cuidado para que o aliado não se torne vilão. De acordo com levantamento do Instituto Locomotiva e da MFM Tecnologia, divulgado em dezembro de 2023, oito em cada dez famílias brasileiras estão endividadas e um terço delas têm débitos atrasados. O cartão de crédito é o que mais abre brechas para a inadimplência, segundo o estudo, sendo a fonte de 60% das dívidas em atraso, percentual maior do que o verificado em 2022, de 56%.

Gastos diários demandam atenção e planejamento 

Fazer aquisições mais caras por meio do cartão de crédito pode trazer vantagens, como programas de recompensa e seguro de compra. Contudo, é preciso ter um planejamento financeiro para evitar o acúmulo de dívidas, como ressalta o professor de Matemática Comercial e coordenador de Gestão Comercial e Administração da FAC-SP, Ricardo Igarashi. 

Já em relação aos gastos diários, como vestuário e alimentação, é preciso ponderar a situação de forma mais detalhada. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 69% dos gastos com o cartão de crédito vão para compras de supermercado ou alimentação. Mas o uso para esta finalidade, se não tiver planejamento, pode aumentar a chance de o consumidor se perder financeiramente.

Para a coordenadora do programa Financeiro do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Ione Amorim, a utilização do cartão de crédito deve estar atrelada ao nível de renda e à média de consumo de cada pessoa. Assim, é necessário ter disciplina para não se deixar levar pelo crédito fácil e comprometer o orçamento mensal.

Pagamento total da fatura deve ser priorizado

Além da moderação para usar o cartão de crédito, os especialistas indicam sempre priorizar o pagamento total da fatura para evitar os juros elevados. Quando o consumidor não consegue quitar a fatura do mês, os juros cobrados sobre a dívida são os mais altos entre as alternativas de crédito.

Para se ter ideia, conforme o Banco Central, a taxa quando o cliente não consegue pagar a fatura integralmente e opta por parcelar o valor total é de 192% ao ano, em média. No rotativo do cartão, os juros para os atrasos são de, em média, 430,5%, ao ano.

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