Lei contra gordofobia abre discussão em torno da importância de se falar sobre diferenças na escola

Maio de 2023 – Cada vez mais é necessário ensinar as crianças a conviverem com as diferenças, e quanto mais cedo, melhor. Por isso, a dobradinha escola + família é essencial. Algumas datas que já fazem parte do nosso calendário podem colaborar com essa prática como, por exemplo, 21 de março, Dia Internacional Contra a Discriminação Racial. E, agora, mais uma vai entrar na lista das celebrações dos moradores do Rio de Janeiro: a segunda semana de setembro passou a ser a Semana de Conscientização e Combate à Gordofobia. A iniciativa é fruto da Lei nº 10.020/23, que foi sancionada recentemente pelo governador Cláudio Castro.

O número de casos sobre denúncias de “gordofobia”, nome que vem sendo atribuído a condutas de suposto preconceito contra pessoas obesas, aumentou 314% entre 2019 e 2022. Só em 2019, foram registrados 49 casos desse tipo na Justiça; já no ano passado foram 203 processos que tratavam de gordofobia, segundo informações da ferramenta Data Lawyer.

Mas, será que precisamos de datas específicas e leis para aprender a conviver com as diferenças? Diferenças, sejam elas quais forem, como de cor de pele, cabelo, peso, opção sexual podem e, na maioria das vezes, acabam gerando os preconceitos e atos que levam, por exemplo, ao bullying, principalmente nas escolas.

Segundo Rafaela Paiva, consultora pedagógica do LIV – programa que desenvolve o pilar socioemocional em instituições de ensino de todo o Brasil – o bullying nasce de uma incapacidade de se enxergar e aceitar as diferenças do outro. Em outras palavras, surge por conta de dificuldades de convivência. E, para aprender a conviver, é necessário desenvolver a inteligência emocional e habilidades socioemocionais.

“Quando temos autoconhecimento, empatia, autorregulação, ou quando investimos em colaboração, perseverança, aprendemos a conviver melhor com o outro e também com a gente mesmo. E isso, por si só, já é uma forma de prevenção do bullying”, explica Rafaela Paiva, consultora pedagógica do LIV.

A especialista diz ainda que quanto mais habilidades forem desenvolvidas, mais chances há de se reduzir a violência nas relações. “Não é uma ciência exata. Não é por uma criança ter habilidade socioemocional que não vai praticar, em algum momento, bullying, já que a violência é nossa língua materna. Mas ela pode, sim, aprender outros idiomas e, com isso, interromper o ciclo”.

Outro ponto importante é como as diferenças são tratadas em casa. “Ninguém aprende por comando”, lembra Rafaela. Crianças e adolescentes são esponjas que absorvem o que acontece ao redor, inclusive no ambiente familiar. “A família precisa dar o exemplo. Se ela não tratar o outro com respeito, como a criança vai entender que precisa fazer isso?”, indaga a consultora pedagógica do LIV.

A família precisa ficar atenta para abrir espaços de fala e se comunicar com as crianças e os jovens. Atividades lúdicas também são bem-vindas. Uma sessão de cinema em casa, por exemplo, pode ajudar a desenvolver uma conversa.

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