Cada dia é mais comum realizar algum exame de imagem para prevenir, diagnosticar e tratar certas doenças. Porém, a radiação que alguns aparelhos e medicamentos emitem são um dos principais motivos de preocupação entre a maioria das pessoas.
Afinal, fazer exames radiológicos é seguro? Ou a radiação oferece riscos para a saúde? Confira este conteúdo para entender melhor sobre o assunto!
Radiação faz mal à saúde?
A radiação é a energia que se propaga em formato de ondas eletromagnéticas e se dividem em dois tipos diferentes: ionizante e não ionizante. Ambos os tipos entram em contato com o nosso organismo e são essenciais para a nossa qualidade de vida e saúde.
No entanto, quando em excesso ou sem a devida proteção, a radiação pode provocar uma série de complicações. Os raios x, beta e gama possuem um maior potencial para desenvolver câncer, mas, em níveis controlados, são seguros e possuem o dobro de chance de curar doenças.
Quais são os tipos de radiação?
De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), a radiação ionizante é a que tem mais chances de provocar danos no DNA das células. Este tipo se encontra em fontes naturais, proveniente da crosta terrestre como:
- Solo;
- Rochas;
- Materiais de construção;
- Ou então, “não natural”, produzida pelo homem.
Entre as fontes naturais, o gás radônio é uma das maiores preocupações, pois sempre está presente em ambientes fechados, como residências, locais de trabalho e minas subterrâneas.
Esse gás não tem cheiro, sabor ou cor, ou seja, é totalmente imperceptível ao inalar e pode desencadear câncer de pulmão a longo prazo. Para proteger-se, o ideal é ventilar o local para evitar o acúmulo do gás.
Já algumas fontes artificiais de radiação ionizante são os aparelhos de raio x, tomografia computadorizada e radioterapia, por exemplo. Porém, para causarem danos ao organismo, irá depender de fatores de exposição, como a quantidade, intensidade e duração da exposição aos raios ionizantes.
Para que a pessoa possa ficar exposta com mais segurança, um especialista deverá avaliar os seguintes pontos:
- Condição de saúde do paciente;
- Idade;
- Peso;
- Altura;
- Predisposição genética;
- Sensibilidade do local atingido.
Também deve-se inserir estes dados no software dos aparelhos, que irão calcular o risco e indicar o melhor meio.
E quanto a radiação não ionizante, é a de baixa energia subdividida em eletromagnética. Por exemplo, a emitida pela radiação solar, e micro-ondas, emitida por celulares e transmissores de rádio, televisão e luz elétrica.
Apesar de serem menos agressivas em comparação com a radiação ionizante, ela pode aumentar o risco de câncer. Sendo assim, é importante adotar medidas de prevenção, como o uso de EPI (Equipamentos de Proteção Individual) para trabalhadores expostos e de protetor solar para a população.
Exames de diagnóstico
Os exames de imagem se dividem em duas áreas: radiologia e medicina nuclear. A radiologia avalia a anatomia da estrutura interna do corpo e tem como principais exames que emitem radiação ionizante:
- Raio X;
- Tomografia computadorizada;
- Mamografia, que emitem radiação ionizante.
E também tem a ressonância magnética e a ultrassonografia, que não emitem radiação.
Em certos casos, para visualizar de modo mais fácil um órgão, é preciso usar contrastes que, podem causar reações desconfortáveis em algumas pessoas devido a toxicidade, mas não têm radioatividade.
A medicina nuclear analisa como os órgãos e tecidos funcionam, especialmente em doenças oncológicas, cardiovasculares e neurológicas, por meio dos exames PET-CT (Tomografia por Exposição de Pósitrons – Tomografia Computadorizada) e cintilografia.
Ao contrário da radiologia, estes equipamentos não emitem níveis significativos de radiação. Porém, para que o processo seja eficiente, é preciso identificar a radiação por radiofármacos, que são compostos radioativos que a pessoa ingere via oral ou por endovenosa.
Radioterapia
A radioterapia é feita com a ajuda de equipamentos que emitem radiações ionizantes. Apesar desse tratamento ser útil para melhorar a saúde de pacientes que não respondem bem à terapia com medicamentos, na maioria das vezes, faz uso para impedir um tumor de crescer ou para destruí-lo.
A radiação para tratamentos, principalmente os oncológicos, é maior do que para exames de diagnósticos. Devido aos avanços da tecnologia, tem sido cada vez mais raro ocorrerem lesões ou efeitos colaterais do tratamento.
Quando o paciente está na máquina, todo o processo é indolor, porém, as reações podem surgir durante o tratamento ou até anos depois. Elas são classificadas como agudas, subagudas ou tardias, e sempre tem ligação com a área que foi tratada.
Ao contrário da quimioterapia, que combate o câncer com medicamentos que destroem as células doentes, a radioterapia é focada na região, mas também pode atuar em outros locais mais distantes.
Mitos e verdades sobre a radiação
Confira logo abaixo quais são alguns dos principais mitos e verdades sobre a radiação!
Exames e tratamento com radiação causam câncer?
Como dito antes, apenas em excesso e sem a devida proteção, a radiação pode causar câncer. Afinal, toda radiação oferece um pequeno risco para a saúde, por essa razão se avalia o risco e benefício.
Porém, realizar os exames anuais e tratar doenças existentes com monitoramento não causa tumores no paciente.
Existe quantidade limite de exames por ano?
Sim, a quantidade limite de exames de imagem e tratamentos radiológicos por ano tende a ser relativa. Por exemplo, o raio x é emitido por equipamentos de diagnóstico que, normalmente, possuem uma baixa frequência.
Mas, os exames como a tomografia, que possuem uma energia com radioatividade cerca de dez vezes maior que do raio x precisa ser limitada de uma a duas vezes por ano, apenas.
Já a mamografia não deve ser feira antes dos 35, pois é passível de falso-negativo para câncer de mama, quando a mulher ainda é mais nova, tornando a exposição desnecessária.
Em certos casos, o especialista poderá optar pela ultrassonografia e ressonância, que não emitem radiação.
Posso levar radiação para casa?
Depende. Quando o diagnóstico é feito com o iodo-123, não é preciso ter cuidados após o exame, mas, se for o iodo-131, que emite os raios beta e gama, cuja energia é o bastante para irradiar, é necessário internação entre 24 e 48 horas.
Além disso, é preciso ter algumas medidas de controle radiológico, tais como:
- Dormir desacompanhado;
- Separar utensílios;
- Se manter distante das pessoas e animais, por alguns dias.
Conclusão
Em suma, os exames e tratamentos com radiação oferecem riscos, mas só quando feitos sem a proteção necessária ou em excesso. Caso contrário, o paciente não deverá se preocupar com os efeitos.
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