Conheça empresas de energia que estão na Bolsa e saiba o que avaliar para investir

Investir em empresas de energia na Bolsa pode ser uma boa opção para quem deseja aproveitar o grande potencial do setor energético

Atualmente, o setor de energia é um dos setores mais estratégicos para a economia brasileira e existem várias empresas do setor com capital aberto na Bolsa de Valores. É o caso da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), cujas ações podem ser encontradas através do ticker CMIG4.

Ao analisar empresas como essas, é importante considerar indicadores como receita, endividamento, dividendos, governança e estratégias de expansão. Afinal, esses fatores ajudam o investidor a avaliar oportunidades de forma mais consciente, embora não garantam resultados financeiros específicos por si só.

Neste artigo, explicaremos quais são os tipos de empresas de energia listadas na Bolsa e apresentaremos os principais indicadores fundamentalistas utilizados na análise do setor antes de investir em alguma delas. Além disso, explicaremos as variáveis que influenciam no desempenho das empresas do setor energético, algo fundamental para os investidores tomarem decisões de investimento mais embasadas.

Embora informativo, este conteúdo não é uma recomendação de investimento.

Tipos de empresas de energia listadas na Bolsa

O setor de energia na Bolsa de Valores engloba empresas de geração, distribuição e transmissão de energia elétrica, além de companhias de energia renovável e de companhias integradas, que atuam em mais de um desses setores.

Entre as principais empresas do setor energético com ações listadas na Bolsa, é possível citar:

• Eletrobras;
• Engie Brasil Energia;
• Neoenergia
• Energisa;
• Equatorial Energia;
• CPFL Energia;
• Cemig;
• Taesa;
• AES Brasil;
• Omega Energia.

Há dezenas de outras empresas do setor de energia elétrica. A lista completa pode ser encontrada através de uma consulta no subsetor “Energia Elétrica” nas páginas setoriais da B3.

Indicadores financeiros relevantes para análise

O investidor que desejar expor o capital ao setor de energia deve analisar alguns índices financeiros úteis antes de decidir investir nas empresas do setor. Alguns dos mais relevantes são:

• Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE): avalia a rentabilidade para os acionistas;
• Margem EBITDA: mede a eficiência operacional antes dos efeitos financeiros e contábeis;
• Grau de endividamento: avalia a estrutura de capital e o risco financeiro;
• Liquidez corrente: indica a capacidade de pagar as obrigações de curto prazo;
• Margem líquida: mostra a porcentagem de lucro líquido sobre a receita total;
• Fluxo de caixa livre: importante para entender a geração de caixa disponível para reinvestimento e dividendos.

É bom analisar índices operacionais do setor elétrico, como o DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) e o FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora), que impactam a qualidade do serviço e a percepção de risco regulatório.

Dividendos e histórico de distribuição de lucros

A política de dividendos nas empresas do setor energético brasileiro costuma ser conservadora e estável. As companhias energéticas tendem a distribuir uma parcela significativa dos lucros aos acionistas, em geral entre 25% e 75% do lucro líquido.

O histórico de distribuição de lucros mostra que empresas do setor elétrico são reconhecidas pela consistência em pagar dividendos elevados, refletindo o ambiente regulado e a estabilidade operacional.

Entre 2020 e 2024, o setor de energia elétrica distribuiu mais de R$ 90 bilhões, tornando-o um dos maiores pagadores de dividendos no Brasil, atrás apenas dos setores de petróleo e gás.​

Investimentos recentes, maior alavancagem financeira e a valorização das ações reduziram os dividend yields em algumas companhias, o que exige do investidor atenção à avaliação do valuation versus retorno em dividendos atualmente.

Estratégias de crescimento e inovação no setor

Hoje, o foco do setor energético são as fontes de energia renováveis, como a solar e a eólica. A tendência é buscar a expansão dessas fontes, a modernização da infraestrutura elétrica e a diversificação da matriz energética com tecnologias de baixo carbono, como o hidrogênio verde.

Projetos de geração distribuída e sistemas híbridos que combinam diferentes fontes de energia também ganham força para garantir mais estabilidade e eficiência no fornecimento.

A inovação passa pela implementação de redes inteligentes que possibilitam maior automação, monitoramento em tempo real e integração eficiente das fontes renováveis.

O setor também investe em armazenamento de energia, com baterias e usinas reversíveis, para garantir o equilíbrio da oferta e da demanda, especialmente diante da intermitência das fontes eólica e solar.

Riscos e variáveis que influenciam o desempenho das empresas

Alguns dos principais riscos e variáveis que influenciam o desempenho das empresas do setor energético são os seguintes:

• variações regulatórias e políticas públicas que afetam tarifas e concessões;
• flutuações cambiais;
• volatilidade nos preços de insumos e matérias-primas;
• riscos climáticos e operacionais relacionados à geração renovável;
• competição crescente e avanços tecnológicos que demandam investimentos contínuos em inovação;
• riscos de crédito e liquidez no mercado financeiro.

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