Tipos de juros: o segredo da rentabilidade dos investimentos

Você já recebeu dinheiro emprestado de alguém? Se sim, é muito provável que você tenha ouvido a famosa piadinha “me devolva com juros e correção monetária”. Embora a ameaça não seja cumprida na maioria das vezes, esse é um assunto levado muito a sério no mundo dos investimentos. 

Um dos passos iniciais para quem deseja começar a investir é conhecer os tipos de juros presentes no mercado financeiro. Afinal, são eles que levam o investidor a aplicar o seu dinheiro em um ativo.

Se você é um grande entusiasta em assuntos que envolvem investimentos, pode ser que já tenha ouvido falar sobre juros compostos, não é mesmo? Mas esse não é o único exemplo de juros que interferem nas suas aplicações.   

Por isso, ao longo deste texto, vamos trazer outros exemplos de tipos de taxa de juros, citaremos como eles funcionam e, é claro, traremos a importância da famosa SELIC, a taxa básica de juros brasileira. 

Então, a seguir, vamos abordar tópicos como: 

  • O que são juros;
  • Quais são os tipos de juros presente no mercado;
  • O que é a taxa básica de juros e como ela dita a nossa economia;
  • Quais tipos de juros são interessantes para o meu investimento;

Ficou interessado? Então, continue com a gente e entre, de uma vez por todas, no mundo dos investimentos e dos tão amados “juros”. Faça uma boa leitura! 

O que são juros?

Bem, antes de começar a explicar e exemplificar todos os juros dentro do mercado de investimentos, é preciso entender, de uma vez por todas, o que são juros. 

Basicamente, juro é o prêmio que você ganha por ter tido paciência e por ter acreditado naquele investimento. Não entendeu? Calma, tudo vai fazer sentido! 

Quando você investe em um título do Tesouro Direto, por exemplo, você está emprestando o seu dinheiro para o Governo Federal. É por meio deste capital que o Executivo retira parte da verba para investir em serviços essenciais para todo brasileiro. 

Então, a partir do momento que você empresta esse dinheiro, o Governo se compromete a devolver o seu dinheiro no futuro, mas com juros. Portanto, podemos afirmar que o juros é uma bonificação por você ter deixado o seu dinheiro investido até o prazo de vencimento. 

O mesmo vale para os investimentos de Certificado de Depósito Bancário (CDB), no qual você está emprestando dinheiro para o banco. É por meio desta compra de ativos que a instituição fornece empréstimos aos seus clientes. Como recompensa do seu dinheiro investido, o banco retorna o seu capital com o acréscimo dos juros. 

Assim como falamos sobre os poupadores, ou seja, pessoas que guardam seu capital e o investem, a mesma regra vale para os tomadores. Neste caso, os juros são o montante a mais de dinheiro que deverá ser pago em decorrência ao empréstimo ou financiamento. 

Quais são os tipos de juros?

Agora que já comentamos sobre o que são juros, podemos, finalmente, comentar sobre os diferentes tipos de taxas de juros presentes no mercado financeiro. 

Primeiramente, precisamos entender que existem taxas que beneficiam o investidor pelo seu dinheiro aplicado e, é claro, os mesmos tipos de juros podem penalizar os deficitários pelo não cumprimento dos prazos. 

Mas, sem mais delongas, vamos conhecer alguns dos tipos de juros presentes em nossa economia! 

Juros simples

Este é o juros preferido para quem vai fazer um empréstimo, mas o mais temido para os investidores de plantão!

Para calcular os juros simples, temos uma fórmula fácil de ser colocada em prática: Juros = Capital × taxa de juros × tempo. Vamos dizer que Marcos fez um empréstimo de R$1 mil e deverá quitá-lo em 10 meses com uma taxa de 5% ao mês. Colocando a fórmula, temos: 

  • J = 1000 x 0,05 x 10
  • J = 500

Portanto, no final dos 10 meses, Marcos terá pago R$1500,00 ao banco. Vale lembrar que o exemplo vale igualmente para os investimentos. 

Juros compostos

Queridinho dos investidores, os juros compostos aumentam o valor recebido no final da aplicação. Isso acontece porque, a cada mês, a porcentagem do juros é aplicada na quantia do mês anterior, seja ele com juros ou não. 

Vamos exemplificar: Marcos, desta vez, fez um investimento de R$5 mil em um ativo que rende 12% ao ano, ou seja, 1% ao mês. Portanto, nos primeiros 30 dias, Marcos terá R$5.050 em sua conta. No segundo mês, o juros cairá no valor obtido no primeiro. Portanto, ele terá R$5.100,50. 

Para calcular o valor final, temos esta fórmula: M = Capital (1+ taxa)ⁿ, em que “n” é o tempo que ficará aplicado. No final de um ano, Marcos terá: 

  • M = 5000 x (1 + 0,01)12
  • M = 5.634,12

Portanto, no final dos 12 meses, Marcos receberá R$5.634,12. Caso tivesse investido em um ativo com juros simples, receberia R$5.600,00. 

Juros reais

Caso você invista em um CDB pré-fixado, ou seja, você sabe qual será o valor retornado no dia do vencimento, o seu dinheiro não está sofrendo influências do mundo exterior. Ou seja: alta ou baixa da inflação, aumento do dólar ou queda da Selic, nada disso influencia no seu investimento. 

Mas, é claro que o valor do seu dinheiro será diferente. Com a variação da inflação, o poder de compra de uma moeda pode mudar consideravelmente. Por isso, os juros reais servem para mostrar quanto o seu dinheiro realmente rendeu no investimento. 

Por isso, para calcular os juros reais, temos a fórmula (1 + taxa de juros) = (1 + r) x (1 + inflação). Neste caso, Marcos fez um investimento de R$5 mil em um CDB que rendia 10% ao ano. Neste mesmo período, a inflação estava a 8%. Para calcular o investimento real, temos: 

  • (1 + 0,1) = (1 + r) x (1 + 0,08)
  • (1 + r) = 1,08 / 1,1
  • 1 + r = 0,98
  • r = -0,01 = -1%

Pelas contas, podemos perceber que, por conta da inflação, o resultado final foi, na verdade, negativo. Mesmo com o rendimento, o poder de compra do seu dinheiro é 1% menor do que antes de ser investido. 

Juros de mora

Esperamos que você nunca tenha atrasado o pagamento do seu boleto. Mas, caso isso já tenha acontecido com você, é provável que você tenha enfrentado o juros de mora. Basicamente, esse tipo de juros é cobrado quando há um descomprimento no contrato. Ou seja, se você precisa pagar no dia 1º, mas pagou no dia 30, você descompirá o seu lado do acordo. 

Exemplificando: Marcos precisa pagar sua conta de R$500 no dia 5. Este boleto tem um juros de mora estabelecido em 2% em caso de atraso. Marcos, por conta de um imprevisto, pagou sua dívida, apenas, no dia 25. Para a conta, teremos: 

  • M = 500 x (2% ÷ 30) x 20
  • M = 500 x 1,33% = 6,65

Portanto, no dia 25, Marcos pagará R$506,65. 

Selic: a taxa básica de juros

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=r3KzUK3nJtE

Você sabia que todos os tipos de juros seguem uma taxa básica? É a famosa Selic, que a cada 45 dias é definida pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). O nosso Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) molda a economia de todo o nosso país. 

A cada 45 dias, os membros do Copom, aliados do Banco Central, definem o valor da taxa básica de juros. Esse é o jeito que o Brasil adota para abaixar a inflação, por exemplo, e aumentar o consumo dos brasileiros. 

A alta da Selic representa que as taxas de juros também cresceram. Por isso, empréstimos e financiamentos e o valor do cartão de crédito ficam mais caros, desestimulando o consumo dos brasileiros. Com a população com um poder de compra menor, a inflação cai. 

Por outro lado, a queda da Selic deixa os valores dos créditos e dos empréstimos mais atrativos, já que as taxas de juros também caem. Com isso, o brasileiro possui maior poder de compra. 

Tipos de juros: como investir corretamente

Agora que já abordamos alguns dos mais importantes tipos de juros presentes no mercado e comentamos sobre a Selic, a mãe de todas as taxas, está na hora de falar sobre o que interessa: os investimentos. 

Afinal, os tipos de taxas de juros podem influenciar, e muito, o sucesso do seu investimento. Portanto, a seguir, vamos dar algumas dicas para você se beneficiar com os juros! 

Antes de escolher o investimento, é preciso entender: 

  • qual a sua meta. Dê um nome para o seu investimento, como “aposentadoria”, “viagem para Orlando” ou “comprar casa nova”;
  • quanto tempo este dinheiro ficará investido. Ou seja, compreender se o investimento é de médio, longo ou curto prazo;
  • qual o seu tipo de investidor: conservador, moderado ou arrojado.

Com as três respostas na ponta do lápis, é hora de investir! A seguir, vamos abordar alguns investimentos de renda fixa, já que a renda variável é, tecnicamente, definida pelos juros. Estes são alguns ativos para se prestar atenção, sendo todos eles baseados nos juros compostos: 

  • CDB. Com a alta da Selic, investir em Certificados de Depósito Bancário pode ser um bom investimento. Isso acontece porque muitos CDBs utilizam o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que anda alinhado à taxa básica de juros. Por exemplo: com a Selic em 7,75% ao ano, o CDI se estabelece em 7,65%;
  • Tesouro Selic. Como o próprio nome já diz, este título público acompanha diretamente o valor da taxa básica de juros. Assim, com a alta da Selic, você tem mais chances de bater as suas metas;
  • LCI e LCA. As Letras de Crédito Imobiliário e as Letras de Crédito do Agronegócio, respectivamente, são ótimas para quem deseja um investimento livre de Imposto de Renda. Esses títulos também são influenciados pelo aumento ou baixa da Selic. 

Gostou dessas dicas de investimentos? Então, que tal mandar para o seu amigo que deseja sair do vermelho e surfar na onda dos juros? Além disso, confira os nossos artigos e alcance, de uma vez por todas, a sua independência financeira! 

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