Ciência encontra cada vez mais semelhanças entre o comportamento do cérebro de animais e humanos
Poucas coisas são tão prazerosas quanto uma noite de sono bem dormida, daquelas que você até sonha. Se você é pai ou mãe de pet, saiba que oferecer caminhas para cachorro ou outros produtos confortáveis pode fazer total diferença na qualidade do sono deles, assim como sua roupa de cama nova deixa o momento de deitar mais agradável.
Embora pesquisadores de diferentes áreas já encontrem muitas semelhanças, apenas mamíferos e vertebrados têm o sono parecido com os humanos (Invivo | Fiocruz). Para nós, o sono, principalmente noturno, tem importantes funções fisiológicas, e nos animais, varia conforme a necessidade de cada espécie.
Mas será que os animais conseguem sonhar? O cérebro humano ainda guarda inúmeros mistérios, e a ciência busca entender através do estudo de outros animais como esse órgão tão particular se comporta enquanto está ”desligado”. Confira mais detalhes a seguir.
O que é o sonho?
Na cultura popular, sonhar é uma atividade muito relacionada a imaginar situações bem diferentes da realidade. Em filmes, séries, livros, músicas e relacionamentos, personagens tomam atitudes que as levam a alcançar determinado sonho, muitas vezes caracterizado por uma melhora nas condições de vida.
Para a psicanálise e neurociência, os sonhos são experiências “vividas” pelo cérebro durante o sono. Não existe uma explicação única do porquê o ser humano sonha, mas mecanismos do cérebro, como reorganizar informações, estruturar a memória e ativar áreas relacionadas à experiências de alta intensidade, influenciam na ocorrência dos sonhos.
Pessoas que vivenciaram traumas ou sofrem de quadros psiconeurológicos, como depressão, ansiedade e acúmulo de estresse, costumam ter dificuldade para sonhar. Por outro lado, os sonhos nem sempre são experiências agradáveis, e quando evocam imagens de perigo, medo ou desconforto, recebem o nome de pesadelos.
Diferenças do sono de humanos e animais
Por definição, o sono é um estado de profundo relaxamento do organismo, que reduz a atividade cerebral, os batimentos cardíacos, a respiração e a circulação sanguínea. É uma atividade essencial para que o corpo se recupere do gasto de energia ao longo do dia, favorecendo a produção celular, o sistema imunológico e as demais necessidades fisiológicas.
Durante o sono, passamos por duas fases: REM e não-REM. A sigla REM significa rapid eye movement, ou movimento rápido dos olhos. No sono REM, a atividade cerebral é bastante reduzida, e por isso considera-se o tipo de sono mais profundo.
Outras espécies de animais também passam por estágios diferentes de sono. Ao longo da evolução, o ser humano deixou de ter a necessidade de estar alerta para possíveis perigos, como predadores, em função do modo de vida social. Animais que são presas fáceis para espécies de caça costumam ‘dormir em alerta’.
Animais podem sonhar?
Sim, os animais sonham, principalmente mamíferos. Porém, da mesma forma que ainda não existe um consenso sobre as razões que causam os sonhos em humanos, o sonho em animais ainda é alvo de estudos primários. Enquanto a neurociência aborda motivos de reorganização de memória no cérebro durante o sono, a psicanálise considera a atividade do subconsciente como ativadora dos sonhos.
É bem provável que você já tenha observado animais como cães ou gatos se movimentando e emitindo sons durante o sono, como uma reação a algo que está sendo sonhado. Isso pode ser mais comum em animais que passaram por traumas, como situações de abandono e maus tratos, mas não existe uma validação científica da relação física e psíquica dessas atividades.
Espécies como pássaros, alguns mamíferos como golfinhos e animais aquáticos como os peixes podem dormir de olhos abertos ou semiabertos. Isso parte de uma condição de alerta exigida pelo cérebro de cada espécie, que desperta o animal do estado de sono caso surja alguma ameaça externa.
