Economista comenta aumento dos preços dos produtos juninos

Em um ano os preços subiram 11,41%, bem acima da inflação do Brasil

O período de festas juninas é um momento aquecido para o varejo, principalmente para os supermercados. Isso porque as festas juninas são muito conhecidas pelas comidas típicas. Contudo, promover os festejos juninos ficou mais caro em 2023. De acordo com uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), os preços dos ingredientes para o preparo dos principais pratos e quitutes tradicionais das festas juninas aumentaram em média 11% nos últimos 12 meses (11,41%). Vale destacar que, nesse mesmo período de alta dos produtos juninos, o IPCA-15, que é uma prévia da inflação oficial, acumulou alta de 4,07%.

Para o economista Leandro Rosadas, especialista em gestão de supermercados, a alta dos itens de festa junina já é algo esperado no meio do ano.  “Há anos consecutivos os produtos juninos sofrem aumentos. Seja por conta da entressafra, da alta do dólar, da guerra da Ucrânia ou da inflação. Os festejos são afetados pela instabilidade econômica, e não é de hoje. Em 2022, por exemplo, os produtos típicos subiram 15,29%, com destaque para o fubá e o milho, que subiram 41%. Esse ano, o aumento foi menor (11,41%), mas ainda muito acima da inflação de 4,07%”, analisa Rosadas.

O levantamento da FGV considerou 27 alimentos, dentre eles, o fubá de milho foi o campeão: com aumento de 42,48% em um ano. A farinha de mandioca também não ficou muito atrás: 38% mais cara. Em seguida, aparecem o milho em conserva (34,59%), o milho de pipoca (34,15%) e a batata doce (32,11%). Nem a maçã do amor escapou, registrando aumento de 14,61%. Já os ovos, subiram quase 30% em um ano. Em contrapartida, houve uma redução no preço do açúcar refinado, que caiu -2,16%. As receitas de bolo de mandioca, curau de milho e milho branco foram as responsáveis pelos aumentos registrados na pesquisa.

O economista e especialista em gestão de mercados e hortifrutis, Leandro Rosadas, ressalta ainda que alguns itens são influenciados pelas cotações internacionais. “Alguns produtos que sofreram aumento dos preços são commodities, ou seja, têm seu valor atrelado aos preços internacionais, sendo afetados pelas variações da taxa de câmbio real/dólar”, diz Leandro.

 “Com a alta dos preços e a inflação, as famílias brasileiras precisam estar atentas ao controle financeiro da casa”, alerta a educadora financeira Aline Soaper. Para ajudar os brasileiros na economia dos festejos juninos, especialista oferece dicas de como diminuir os custos dos produtos típicos nessa época do ano:

  1. Defina um teto de gastos: “Separe um valor para ser gasto nas festas juninas, isso ajudará a manter o controle financeiro da casa em ordem e não sucumbir às tentações das compras por impulso”, explica Aline.
  • Fique de olho nas festividades mais baratas: “Festas juninas que acontecem nas praças dos bairros costumam ter preços mais acessíveis do que outras. Lá será possível encontrar quitutes mais baratos e sua família ainda incentivará um pequeno produtor local”, comenta a educadora financeira.
  • Faça sua festinha em casa: “Se ir aos festejos ainda ficar apertado no bolso da família, uma boa opção é fazer uma celebração temática em casa, com os amigos e familiares, onde cada convidado leva um prato típico para encorpar a festa”, sugere a especialista”.

Sobre Leandro Rosadas: Leandro Rosadas é economista e especialista em gestão de supermercados, hortifrutis, atacarejos, padarias e açougues. Formado em economia pela UFRRJ, o carioca já atuou como professor universitário e consultor no mercado de varejo. Hoje, Rosadas é considerado uma das maiores referências entre os especialistas do seu segmento, sendo responsável pela formação em gestão de mais de oito mil proprietários de supermercados Brasil afora. 

Sobre Aline Soaper: Fundadora do Instituto Soaper, Aline Soaper é formada em Direito, com pós-graduação em Educação Financeira e Direção e Orientação Educacional. Há sete anos, a carioca atua como educadora financeira e formadora de outros especialistas nesta área. Empreendedora desde os 17 anos de idade, Aline era proprietária de uma escola de Educação Infantil, no Rio de Janeiro, em que atendia cerca de 150 alunos e gerenciava uma equipe de 45 pessoas. Ao perceber a dificuldade dos pais em pagar as mensalidades devido aos problemas financeiros, Aline decidiu mudar de vida e se especializar no ramo de finanças pessoais. No ano de 2015, iniciou sua atuação como educadora, oferecendo atendimentos individuais, palestras, treinamentos e cursos para o público-final (empresários, analistas etc). No final de 2018, criou o Efinc, que hoje forma educadores financeiros e consultores de negócios pelo Brasil e o mundo.

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